Quando cheguei, não sabia ao certo o que estava acontecendo ali. Sentei-me e observei atentamente, ansioso pelo que estava por vir. No primeiro toque do atabaque, comecei a me arrepiar. Senti-me em casa e já sabia que aquele era o meu lugar!
Fui com a mente aberta, mas me sentindo perdido, buscando uma direção. E com apenas um olhar, uma criança disse: "Tio, tem muita mágoa no seu coração!" Começava naquele momento uma longa, árdua e gratificante caminhada. "Sou um, mas não sou só" começou a fazer sentido nessa nova jornada.
O desejo de fazer parte da corrente era iminente. A cada gira, entrava de um jeito e saía diferente! Passaram-se os meses, e chegou o grande dia. A benção do Vô encheu meu peito de alegria.
Estava feliz em fazer pelo outro o que fizeram por mim. Estender a mão, dar um alento e estar junto até o fim. De longe, a parte mais difícil foi a tomada de consciência! Viver, sentir, entender e ressignificar cada experiência.
Com os pés no chão para sentir a energia, peço forças para vencer demandas. Saravá o terreiro e fé na nossa Umbanda. Se eu pudesse dar um conselho, seria: "Confia no seu povo e cuide do seu Ori. E não se esqueça... Você não está só! Se precisar, estaremos aqui!"
Jeferson Rezende
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