Momentos de movimentação são dolorosos, mas já experimentou a dor do “nada”? “Não ser”, “Não acontecer”, “Não existir”, “Não perceber”. O vazio de não pertencer a nada, nem mesmo a si mesmo, sufoca.
Mentes ágeis sentem-se mortas em momentos de calmaria e castigadas em momentos de tumulto, mas e quando não se está em nenhum dos dois? É aí que o “Nada” vem e você se questiona se está existindo ou se está apenas suspenso esperando a próxima onda chocar contra você. Quando essa nova onda demora a vir, você se sente boiando em mar aberto, porém é calmo, pois ainda se sente fome, sede e o sol ainda incomoda.
Em um certo momento você só deseja que algo aconteça, algo que te tire dali.
Você sabe que não depende de você, que não adianta remar sozinho e que é necessário a força da onda para te levar para terra firme, só que você já está tão desesperado que começa usar a força que tem para fazer algo e a única coisa que faz é criar uma tempestade dentro de você e não ao seu redor. Em momentos de “Nada” é necessário a paciência, pois o “Nada” não dura pra sempre. Esse período é um momento para recarregar suas forças e ouvir a você mesmo no silêncio.
O “Nada” também é importante, pois quando se nada para algum lugar, também se está caminhando, mesmo que apenas sendo levado pelo molejo do mar. Não crie uma guerra com seu silêncio, o “Nada” serve pra te ensinar o que os extremos não conseguem: Quem você é quando não se faz necessário ser nada para alguém ou para algo.
O “Nada” te ensina a ouvir suas sombras e as acolher.
Leona Evangelista
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