Assim como pétalas de um dente-de-leão voam livremente na mais suave brisa e deixam para trás um miolo vazio, uma vida pode transformar-se completamente na mais simples ação.
Somos forçados a enxergar nossa vulnerabilidade quando o inesperado ocorre, seja este por consequência de nossos atos ou pelo acaso do destino.
Resiliência é se ver despido de suas pétalas e ainda assim compreender que é um dente-de-leão. Com o cuidado certo, é possível "se brotar" novamente, reconhecendo a si mesmo no presente e não nas pétalas do passado.
A vida ainda habita em você, e ela foi, é e sempre será movimento. Movimentos geram mudanças, e mudanças machucam, pois é natural ao ser humano a aversão à novidade.
Talvez você afirme agora: "Mas quando o novo é bom, eu não vejo nenhuma dificuldade." Será mesmo? Quantas vezes você já se viu cercado por novidades positivas e acreditou que não as merecia? Ou em um relacionamento saudável e algo dizia em sua mente: "Tem algo errado. Está bom demais pra ser verdade"? Com um emprego digno e julgando ser "bom demais para você" e que você não é capacitado para exercer aquela função?
Mudanças invocam em nós a vulnerabilidade, e é ela a quem tememos, não as situações em si. Um senso de autoproteção aflora, e nos vemos colocando correntes em nós mesmos e nos privando do que a vida poderia proporcionar.
Pedimos à espiritualidade para curar nossos traumas e temos medo da escuridão que vem com eles. Clamamos por um resgate do amor próprio, mas tememos nosso próprio reflexo no espelho. Ansiamos por liberdade, mas tememos a altura da queda para se alçar o primeiro voo.
A vida é movimento, e andar dói. Porém, a única forma de chegar aonde precisa é andando.
Leona
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