Às vezes, é preciso parar. O corpo cansa, a mente vacila, e o coração, por um instante, se perde no caos do caminho. Há momentos em que tudo ao redor parece sussurrar desistência, como se os ventos contrários fossem mais fortes que minha vontade de seguir.
Eu paro. Sinto o peso do fardo e, por um segundo, o desejo de largar tudo toma forma. As vozes do medo e da dúvida ecoam alto, tentando me fazer crer que não sou capaz, que o passo adiante é impossível. Mas, em meio ao silêncio que se segue, surge algo mais profundo, mais antigo. A fé, que nunca se apaga, mesmo diante do vento mais forte, brilha dentro de mim.
É ela que me ergue quando tudo parece desmoronar, que se infiltra nas brechas da incerteza e transforma o medo em força. A fé é maior que qualquer ato intruso que tente me desviar, maior que o desejo de desistir. Ela me lembra, com suavidade e firmeza, que o caminho é longo, sim, mas cada pausa é também uma oportunidade de respirar, de sentir o chão sob meus pés e de olhar o horizonte com novos olhos.
Assim, sigo. Às vezes mais lento, às vezes hesitante, mas sempre movido pela certeza de que a fé é meu farol, iluminando até os trechos mais escuros da jornada. Não importa quantas vezes eu queira parar, ela sempre me convida a continuar.
Pai Léo de Oxalá
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