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Foto do escritorLeandro Vilaça

Desapego: Liberando as Correntes Invisíveis da Alma




Em momentos de introspecção, quando o silêncio da alma se torna o nosso único companheiro, nos deparamos com verdades simples, porém profundas. Uma dessas verdades é a de que somos escravos de tudo aquilo que não somos capazes de abrir mão. Essa percepção, embora desconfortável, é um convite à transformação.


Quantas vezes nos pegamos agarrados a objetos, ideias, relacionamentos ou sonhos que, ao invés de nos libertar, nos aprisionam? O apego, muitas vezes, nasce do medo – medo de perder, de ficar para trás, de enfrentar o desconhecido. Mas será que essa segurança ilusória vale o preço da nossa liberdade interior?


Refletir sobre isso é um exercício de coragem. Requer um olhar honesto e sem julgamentos sobre nossas escolhas e os pesos que carregamos. Talvez seja aquele emprego que não nos preenche mais, mas que insistimos em manter por medo do que vem depois. Talvez sejam relações que nos sugam a energia, mas que continuamos nutrindo por medo da solidão. Ou, quem sabe, sonhos que há muito deixaram de nos inspirar, mas que mantemos vivos por medo de parecer que falhamos.


Ao nos permitirmos abrir mão desses apegos, um novo horizonte se revela. Abrir mão não significa desistir ou fracassar, mas sim reconhecer o que já não nos serve e deixar espaço para o novo. É um ato de amor-próprio, de respeito pelo nosso crescimento e evolução.


Mas como começar essa jornada de desapego? Primeiro, é necessário cultivar a autoconsciência. Observar nossos pensamentos e sentimentos, identificar o que nos causa ansiedade ou infelicidade. Perguntar a nós mesmos: por que estou mantendo isso em minha vida? O que estou ganhando ou perdendo ao segurar isso tão firmemente?


Em seguida, praticar a aceitação. Aceitar que algumas coisas não são para sempre, que as mudanças são parte natural da vida. Aceitar que abrir mão não é um sinal de fraqueza, mas de sabedoria e força interior.


Por fim, confiar no fluxo da vida. Confiar que ao liberar o velho, abrimos espaço para o novo. Confiar que cada final é um novo começo, e que a vida tem uma maneira mágica de nos surpreender quando estamos abertos ao desconhecido.


Nesta jornada, descobrimos que a verdadeira liberdade não está em possuir ou controlar, mas em soltar e permitir. Permitir que a vida flua, que as experiências venham e vão, que as pessoas entrem e saiam. E, principalmente, permitir-nos ser quem realmente somos, sem as correntes invisíveis do apego.


Ao refletir sobre essas questões, percebemos que o desapego é um caminho para a liberdade interior. Um caminho que nos leva a viver de forma mais leve, mais autêntica e, acima de tudo, mais plena.


Pai Léo de Oxalá

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