Em meio às inebriantes luzes do caminho espiritual, às vezes, nos encontramos perdidos na sombra de nossas próprias incertezas. É como se estivéssemos dançando no ritmo da espiritualidade, mas, ao olhar para trás, nossos passos parecem tão vagos, tão silenciosos. A euforia inicial cede lugar a uma tormenta de dúvidas, e o desejo de desistir se insinua sorrateiramente.
Observamos outros navegantes espirituais traçando linhas luminosas pelo firmamento, como estrelas guias em suas jornadas. No entanto, quando olhamos para nossos próprios passos, eles parecem marcados pela hesitação, como se nossas pegadas se perdessem na neblina da incerteza. E a dúvida, como sombras noturnas, se insinua: "Será que estou realmente avançando? Será que estou à altura do esplendor espiritual que testemunho nos outros?"
Nesses momentos de desassossego, é essencial recordar que a jornada espiritual é tão única quanto cada alma que a percorre. Cada passo é uma dança singular, uma coreografia pessoal que se desenrola no tempo divino. Não podemos medir nosso progresso pela régua dos outros, pois cada um tem seu próprio compasso, suas próprias lições a aprender.
Talvez seja difícil enxergar os próprios passos no presente, mas lembre-se de que o caminho espiritual é muitas vezes como uma trilha na escuridão, onde só podemos ver alguns metros à frente. Desistir não é a resposta. Em vez disso, abrace a incerteza como parte intrínseca da jornada. Permita-se confiar na sabedoria do desconhecido, pois é nesse mistério que muitas vezes encontramos a verdadeira magia da espiritualidade.
Ao invés de desistir, respire fundo e sinta a energia pulsante que o impulsionou na busca espiritual.
Deixe que a euforia inicial transforme-se em uma chama resiliente, capaz de iluminar seus próprios passos, mesmo quando parecem obscurecidos. Permita-se a paciência de crescer e florescer, porque, no final, a jornada espiritual não é sobre a rapidez dos passos, mas sim sobre a autenticidade e a profundidade da caminhada.
Neste momento de dúvida, lembre-se de que cada tropeço é uma oportunidade de aprendizado, cada desvio é uma chance de autodescoberta. Então, mesmo quando os outros parecem avançar com destreza, lembre-se de que a beleza do seu próprio caminho está nos detalhes únicos e nos aprendizados que somente você pode vivenciar.
A jornada espiritual é um convite constante para redescobrir a si mesmo, e os passos que parecem pequenos hoje podem se revelar como saltos significativos amanhã. Permita-se continuar, persistir e, acima de tudo, confiar no processo. Seu caminho é seu, e é na autenticidade de seus próprios passos que encontrará a verdadeira essência da espiritualidade.
Pai Léo de Oxalá
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