O amor, ah, o amor! Ele não vive só no toque, no encontro, nos momentos de alegria compartilhada. Não, ele vive, pulsa e explode justamente no vazio que a partida deixa. É no distanciar que o coração se lança para além do próprio peito, e, no gesto simples de deixar as lágrimas correrem, a beleza se revela como uma tempestade que lava e ilumina tudo ao seu redor.
É curioso, mas na partida o amor se torna puro êxtase! Cada despedida carrega em si o desejo de um próximo encontro, uma promessa silenciosa, uma chama que nunca se apaga, porque é alimentada pela distância, pelo espaço entre os corpos. E esse espaço, vazio e cheio ao mesmo tempo, é um solo fértil onde o coração bate mais forte, onde a saudade transforma a dor em força, em espera vibrante, em energia que não se contém.
Há uma euforia que só a saudade conhece. Ela pulsa como um tambor interno, um ritmo apressado, ansioso e ao mesmo tempo doce, um coração que não consegue descansar porque sabe que o amor vive em cada milímetro de afastamento. E cada passo distante é, na verdade, um passo a mais no caminho do reencontro.
A beleza está aí, nesse jogo eterno de se aproximar e se afastar. No olhar que se despede, na mão que solta, mas no peito que nunca deixa ir. E é assim, nesse ciclo infinito, que o amor transcende. Ele vira força, vira saudade e então se reinventa em cada batida. Porque só quem conhece a partida conhece a intensidade verdadeira do amor.
Pai Léo de Oxalá
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