O encantamento da religião afro é como o vento que sopra sutilmente nas folhas das árvores ancestrais, trazendo consigo o sussurro dos orixás. É o ritmo dos tambores que reverbera no coração, pulsando em sintonia com a terra, com o céu, com o mistério que abraça o espírito.
Nas águas de Oxum, a doçura corre como rios de sabedoria antiga, enquanto o fogo de Xangô acende a justiça nos corações. Cada canto é uma prece, cada dança uma invocação, e o axé, invisível como o ar, nos atravessa, nos eleva e nos une ao sagrado.
A fé na religião afro não é apenas crença, é vivência. É o pé descalço tocando o chão sagrado, é o olhar para o mar e sentir Iemanjá nos abraçando, é a conexão íntima com o invisível que se faz presente em cada detalhe da natureza. É ouvir o chamado dos ancestrais e saber que somos parte de algo maior, uma trama tecida com as energias da vida e da morte, da luz e da sombra.
Encantar-se com essa religião é deixar-se conduzir pelo mistério, é reconhecer o poder que há na simplicidade e na grandeza das forças naturais. É viver em harmonia com o universo, celebrando o equilíbrio entre o mundo visível e o invisível, o humano e o divino, o tempo e a eternidade.
Pai Léo de Oxalá
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