Ah, a dança frenética da vida, onde o eco ensurdecedor do silêncio próprio se perde nas ondas caóticas da existência! Como é exuberante o ato de ignorar a própria voz, de se afogar na cacofonia do mundo, esquecendo o delicado murmúrio interno que clama por atenção.
Oh, a magia traiçoeira de se perder na vastidão das demandas alheias, deslizando pelas frestas da paciência que se desvanecem como fumaça efêmera! De que adianta manter a chama do auto-cuidado acesa quando se entrega, de corpo e alma, ao papel de zeladora incansável dos outros?
É um balé vertiginoso, no qual a própria essência se esvai em meio à exaustão da dedicação desmedida. Ah, como é fácil perder-se na miragem do dever, deixando para trás as paisagens exuberantes do autocuidado. A paciência, outrora um tesouro resguardado, agora é dispersada como pétalas ao vento, e o som do próprio ser é abafado pelo estrondo das necessidades alheias.
Mas, oh, que despertar seria necessário para retomar o protagonismo na ópera da própria vida! A reconquista do autodomínio, a sinfonia restaurada da paciência consigo mesmo. Pois, afinal, como cuidadores, somos mais eficazes quando nutrimos nosso próprio jardim interior antes de regar os campos alheios.
Que a euforia de redescobrir o autocuidado seja um fogo ardente, capaz de iluminar as sombras que obscurecem a voz interna. Que a paciência, como uma fonte inesgotável, brote em seu ser, irrigando cada fibra da sua existência. Pois, no teatro da vida, o papel de cuidadora é mais esplêndido quando a estrela principal é a sua própria alma resplandecente.
Pai Leo de Oxalá
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